Reflexões

10-01-2011 02:52

Reflexões

Currículum, o que é? Para que serve? Qual a sua importância?

Segundo Lamas (2000:107) citada por Gomes (2009), significa “ pequena caminhada a percorrer”, enquanto que para Roldão (2000) é “um conjunto das aprendizagens pretendidas”. Estes conceitos vão ao encontro do apresentado no curriculum oficial, emanado da Tutela que contém “o conjunto das competências consideradas essenciais (…) de carácter geral ( … ) assim como as competências específicas” e “ (…) explicita ainda os tipos de experiências de aprendizagem que devem ser proporcionadas a todos os alunos” e serve como guia aos professores.

Segundo Alonso (2002), “é o instrumento que possibilita a clarificação partilhada das intenções e valores acerca do que é importante ensinar/aprender na escola”.

Direi que curriculum escolar é um plano estruturado de ensino-aprendizagem que inclui os resultados de aprendizagens que se pretende alcançar, os conteúdos a ensinar, as experiências e os processos de aprendizagem a promover. Serve como orientador quer para professores quer para alunos, na medida em que determina onde começamos, onde devemos chegar e dentro de que limites se desenvolve o percurso.

Curriculum, será apenas uma planificação? É uma planificação, sem dúvida, mas é uma planificação que leva à prática e promove o diálogo entre os diversos intervenientes: professores, alunos, famílias, técnicos, comunidade, resultando dessa interacção, transformações nas vidas, nas culturas, nas identidades.

Será que este diálogo existe?

 16 Dezembro de 2010

 

 

 Retomo aqui o tema Currículo para o pensar nas suas diversas perspectivas e reflectir sobre a forma como estas se articulam.

É evidente que quando falamos de currículo, o conceito que surge de imediato prende-se com o currículo formal, o currículo escolar. Mas não podemos ignorar que a formação dos sujeitos se concretiza no currículo formal mas também de forma não formal e informal. De acordo com Lamas (2000), citada por Gomes (2009), “ há que considerar … o currículo oculto, ou seja, tudo aquilo que contribui para a formação dos sujeitos”.

Partindo do pressuposto que os sujeitos “ aprendem a ser o que são tanto pelas experiências escolares como pelas experiências não-escolares”, a construção do currículo escolar deve ser determinada pelos contextos onde se vai aplicar, sempre numa articulação entre escola e comunidade.

            Penso que a dificuldade que a escola tem vindo a sentir na “competição” com a sociedade do conhecimento, está relacionada com a pouca articulação entre o que se vive na escola e as vivências na comunidade. Escola e comunidade não são concorrentes, mas antes parceiros e co-responsáveis na elaboração de um currículo que torne os sujeitos “autónomos e activos na transformação das suas vidas”, (Dante e Tine, s/d. p 3). A elaboração do currículo deve resultar de um trabalho colaborativo entre todos os intervenientes, professores, alunos, funcionários, famílias, técnicos, comunidade, para que sejam tidas em conta as dificuldades, os diferentes ritmos dos “corredores”, a persistência ou a falta dela na realização do “percurso”, a “capacidade de adaptação à pista” e até as alterações ao percurso apontado.

Nesta perspectiva de “Curriculum Globalizador”, como refere Gomes (2009), a interacção entre currículo formal e currículo oculto é fundamental para que haja uma aprendizagem plena e integral do ser humano. A escola deve abrir-se à comunidade e os professores, actores privilegiados neste processo, devem partilhar experiências e saberes, entre pares e com os alunos.

 

19 Dezembro de 2010       

 

 

A escola de hoje depara-se com um enorme desafio – desenvolver todas as capacidades do indivíduo. Este novo paradigma da Educação, a formação integral do indivíduo, implica uma nova forma de ver a Escola e os professores, como afirma Gomes (2009). Para promover esta formação, surge o conceito de Aprendizagem por competências, sendo elas, pessoais, sociais, académicas e de desempenho.

Para melhorarmos a qualidade do ensino no nosso país, teremos que promover uma mudança de mentalidades.

A postura do professor, de todos os professores, deve ser repensada. Precisamos de professores “prático-reflexivos”, de mentes abertas para entenderem o mundo na sua complexidade, que se envolvam activamente na construção de um currículo flexível, investigativo, teórico-prático, que promova a formação integral dos alunos, tendo em atenção o que diz Gomes (2009), O curriculum tem de ser, útil, adequado e ajustado à realidade em que vivemos”. Como professora, e se quero promover um ensino de qualidade, devo, no início de cada ano, e em colaboração com os meus pares, planificar as aulas, as actividades, de acordo com a realidade dos meus alunos.

Segundo Zabalza (2007), citado por Gomes (2009), o professor como gestor da programação, não como proprietário. Os professores como um colectivo e em união …. podem resolver os problemas … e reforçar os êxitos.

 

 30 Dezembro de 2010

 

 Referências bibliográficas

Alonso, L., 2002 “Do projecto de Gestão Flexível do currículo à Reorganização Curricular”  in https://www.cf-francisco-holanda.rcts.pt/public/acta5/acta5_8.htm

Alonso, L., 2006 “Formação ao Longo da Vida e Aprender a Aprender”

Currículo Nacional do Ensino Básico, https://www.dgidc.min-edu.pt/basico/Paginas/CNacional_Comp_Essenciais.aspx

Dante e Tine S. Z. S. (2004) In Currículo, Escola e Comunidade.https://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/cp/tetxt3.htm.  Acedido a 14 de Junho.

Roldão, Mª Céu, 2003,”Gestão do Currículo e Avaliação de Competências - As questões dos professores”, Lisboa, Editorial Presença

 

 Ana Maria Coelho - 38377